Nenhuma planta é plena. A cada
estação lhes falta algo: no verão, flores; no outono, folhas; no inverno,
brotos... No inverno, dormem em seu estado moribundo. Então chega a primavera e
espanta de tudo uma quase morte, trazendo a cada planta a força aparente da plenitude.
Mas nenhuma planta é plena e, na
primavera, não há seus frutos. As folhas estão verdes, renascidas, as flores
brotadas. As flores são a véspera dos frutos. Seus perfumes e suas cores atraem
os insetos que seguem em sua missão jardineira. Das flores vem o pólen; dos
frutos, os caroços. Ambos geram novas plantas.
Entre eles, outono e primavera, o frio do inverno.
Seus cinzas, seus vazios, seus recolhimentos próprios... Cada árvore se despe em
tronco seco, desfilando a nudez dos campos. O inverno e seus adormecimentos
necessários: nenhuma planta é plena.
Mas sua essência, seu estado-planta,
segue o rumo de cada estação. E sabe que as pequenas plenitudes brotam entre pólen
e caroços.
Assim como as plantas, nós tb não somos plenos! Temos momentos de plenitude que se envaem e tornam a nos preencher a cada estação. Bjos
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